segunda-feira, 25 de agosto de 2014

9 horas em Madrid... Reina Sofia ou Del Prado? Jardim Botânico!

Chegamos no aeroporto de Madrid, que é lindo e enorme (foi a primeira vez que eu peguei um metrô dentro de um aeroporto) e fomos em direção a saída, antes parando pra ver como chegamos no centro da cidade, usarmos os 15 minutos de WiFi do aeroporto e planejarmos o dia. Compramos 4 passagens de metrô, uma ida e volta pra cada um. Não foi uma ideia muito inteligente, por que depois percebemos incerteza sobre se aqueles tickets servem pro dia inteiro, e se podem ser usados de qualquer direção. Podem, viu, galera? Só o que rola, no metrô de Madrid, é que se você está chegando ou saindo do aeroporto você paga um pouco a mais (3 euros) a não ser que você compre um ticket bolado lá de turista, mas não era a nossa ideia. E acabamos por perder o ticket de volta, então completa aí a babaquice de comprar os tickets logo de uma vez, hahaha.

As máquinas são automáticas, tem de cartão e de dinheiro e não é como se elas fossem fechar. As estações, contudo, fecham 1:30 da manhã, e abrem as 6.

Nós passeamos bastante numa avenida que passa pelo Hard Rock Cafe Madrid e também pelo museu Del Prado, chegando na estação de Atocha. As parada tudo tão perto de lá, galera. Dá pra ir andando pro Reina Sofia, pro Del Prado, pro Parque do Retiro e o Jardim Botânico.

Usamos WiFi ao almoçar em um McDonalds e como o tempo era curto, tinha que escolher entre qual das três atrações eu iria. Como eu adoro flor, fomos no Jardim Botânico...  também pesou na minha decisão o fato do Victor já tinha visto os museus, eles eram mais caros.

É bem interessante o fato de água de torneira ser considerado a opção padrão. E também o fato de que aparelhos para gelar especificamente água são uma moda do Brasil, não existe lá fora não.

O jardim era lindo e imenso. passamos por todos eles e várias fotos foram tiradas. Seguimos viagem para encontrar nosso irmão em Roma.

Eu usei o adjetivo 'sanguíneo' pra me referir ao que eu esperava da Espanha e não encontrei em Madrid uma pá de vezes, mas como eu não lembrava de uma explicação melhor pra palavra, o Victor ficava falando que eu estava a inventar. Mas não tava não, hunf. Achei que Madrid seria mais sanguíneo, mas ela é bem fleumática. Modernosa e calminha. Acho que poderia fazer uma comparação entre o Rio de Janeiro como estereótipo de Brasil e talvez a Andalucía toda como um estereótipo que eu teria dos espanhois. E aí Madrid é Brasília. Linda pra caralho, mas calma, organizada, enquadradinha. Minha humilde opinião.

Sanguíneo:
Hipócrates foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento, baseado na teoria dos quatro elementos de Empédocles. Haveriam quatro tipos de tempoeramento, dependendo do fluido corporal que domine o corpo - sanguíneo (sangue), fleumático (linfa), colérico (bílis) e melancólico (bílis negra).

Sanguíneas são as pessoas expansivas, otimistas, fáceis de irritar e impulsivas.
Fleumáticas são as pessoas sonhadoras, pacíficas, ascéticas até.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Estou fora do Brasil.

Quando desembarcamos no aeroporto internacional de Madrid, começou a minha série de mindfucks que seguiria por toda a Europa. Deus, pela primeira vez eu estava fora do Brasil. Estava pisando em terra que só li sobre em livros de história. Sobre como aquele espaço tinha sido crucial por surgimento e desenvolvimento de toda a sociedade ocidental, sociedade essa na qual eu estou inserido. Sobre revoltas, revoluções, escolas artísticas e de pensamento. Cavaleiros, vilões, heróis, dragões humanos e mitológicos. Uma quantidade de história e cultura simplesmente avassaladora, inexorável. Haveria de ser brilhante, né?

Sim... e não.

Claro, foi brilhante, foi ofuscador como nada antes na minha vida. Eu, que não tenho talento artístico nenhum, fiquei literalmente tonto por diversas vezes com quadros que vi, finalmente 'com meus próprios olhos'. Minha posição de leigo em fotografia, não bastou pra ficar sem fôlego em diversas paisagens. Ou minha ignorância em arquitetura, para maravilhar-me em diversas estruturas. Também uma proficiência incompleta em habilidades sociais, para curtir o choque cultural.

Entretanto, ao comparar não somente os quadros, as paisagens, as músicas, como também as pessoas, vejo do lado da minha cama minha bota suja com uma terra esbranquiçada e penso em como o costume e rotina são eficazes em nos retirar o brilho daquilo que está ao nosso redor. Na pena que se faz ao sermos brasileiros e pensarmos como o exterior é mais. Se você falar que é mais coisa pra ver, mais diferente, mais informação, sim. Se você falar que é intrinsecamente melhor, superior, não.

O 'não' para a pergunta retórica não significa, em verdade, um não para o brilho europeu.

Significa um sim para o brilho brasileiro. O brilho latino americano. O brilho americano por todo. O brilho mundial. O brilho do sistema solar. O brilho da galáxia. Átomos de Hélio, Carbono, Oxigênio, Ferro, Magnésio, Urânio, Lítio, Enxofre, Fósforo! Todos eles precisaram de reatores nucleares fortíssimos para existirem. Se pegarmos uma pessoa de 70 kg, só da água do corpo dela, teremos mais de 40 kg de oxigênio. Olhamos pro céu noturno (ou vespertino, ou matutino) e não há como negar a evidência em que ficam esses reatores. Chamamos eles de estrelas e, assim como a luz do sol, estudamos e nos maravilhamos pela luz das outras estrelas também. E a herança dessa luz compõe tudo ao nosso redor, e nós mesmos. O som da risada de uma criança ecoando pela casa, o sangue de uma criança atingida por uma bomba na palestina. Os hormônios disparando no corpo da juventude em suas primeiras aventuras e a própria energia necessária para as bombas de sódio e potássio que conduzirão a sinapse que informará ao cérebro a dor todas as vezes que quebremos a cara.

Quando o personagem Bowman, em 2001: Uma Odisseia no Espaço fala sua célebre descrição do TMA-2 depois de ser sugado pelo monolito e ter seus olhos abertos para a inexorabilidade da existência como um todo, parece-me a sensação que tive com essa viagem como um todo.

" It goes on forever - and - oh my God! - It's full of stars!"

Tudo está cheio de estrelas.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Como eu cheguei na Espanha

Dia 18/07/2014, eu fiquei esperando meu irmão mais velho pra pegar o ônibus para Guarulhos. Ele iria me pegar em casa. Contudo, ele teve muito o que fazer no dia, então eu esperei bastante. Isso não teria sido ruim, se não ocorresse um problema quando chegamos na rodoviária de Campinas: chegamos por volta do meio dia, e o ônibus de 1 da tarde estava - LOTADO. Tivemos que pegar o ônibus das 3 da tarde, e como o trânsito estava apertado, mesmo antes de nos aproximarmos de Guarulhos, o Victor já estava contando que fosse dar tudo errado e que perderíamos o avião. Eu estava preocupado, mas parado. Sempre achei que, se você já fez ou está fazendo o máximo, então é inclusive ruim se preocupar. Você apenas vai afetar seu julgamento e capacidade para continuar agindo no seu objetivo. O Victor tinha feito o check-in pelo celular e, como sempre acontece naquele aeroporto INFEEEERNAAAAAAAL a gente saiu correndo como se não houvesse o amanhã. Não imprimimos o check-in e foi mostrando o celular do meu irmão mesmo que conseguimos entrar. Apesar de ficarmos apreensivos com uma fila gigante que pegamos para passar pela segurança, sabíamos que se nosso voo estivesse próximo, nos chamaríamos. Então estava tudo (relativamente) bem.

Um dia antes da viagem, eu me entregava completamente a deixar tudo pronto. É interessante pensar no que foi e no que não foi útil. Para 22 dias de verão na Europa, eu levei, em um mochilão de 48 litros: 3 calções de pijama (dá pra usar por mais tempo que uma cueca de boa), umas 4 cuecas normais, uns 3 calções normais (que fossem bastante resistente), 2 calções frouxos (que não fossem de pano), 12 camisas, 1 chapéu (que eu acabei nunca usando), 7 pares de meia, nenhuma toalha, carregador de celular e bateria externa (que nunca foi usada também), escova de dentes, pasta de dente, desodorante. Se não fossemos considerar que em Amsterdã acabei por lavar roupas, o número de roupas teria sido, maravilhosamente, preciso. Contudo, o chapéu só serviu como separador no mochilão. E quanto a bateria externa do celular: olha, eu mal tinha tempo pra recarregar o celular, imagina o celular e a bateria. Não via com bons olhos deixar o celular carregando em hostel enquanto saia, então não rolou.

O que seria chato da minha preparação junto com o trânsito que desviou o curso de minha viagem foi uma 'ração' de Brasil que prejudicou-se: a umas amigas do Lucas, que acabei por não conhecer, levei castanha de caju, castanha brasileira (do Pará), um bloquinho de rapadura e uma latinha (sim, latinha, por que aqui em Campinas é impózívell encontrar um 'celular' - pergunte ao nordestino mais próximo para informações) de cachaça. Eu juro que eu tinha procurado uma cachaça mais legal, inclusive, mas tava levando... Pitu. O que me deixou menos chateado que eu tive que jogar fora.

Como chegamos atrasados, não foi possível despachar a mala. Tive que jogar fora um protetor solar fator 60 novinho, um shampoo 3 em 1 (tem que economizar espaço baby) zerado também, além das latinhas de cachaça. Nessa brincadeira, perdi uns 100 reais. Deus sendo mais; melhor que perder a viagem inteira.

Lembrei do João Pedro no avião da ida, com ele contando que o primeiro avião que ele tomará na vida tenha tomadas, já que é um (extenuante) percurso para o Japão. Ô vei, depende, viu. Depende muuuuuito. Tomada em avião nunca vi não, o mais legal de todos foi o avião voltando pro Brasil. Mas depois eu falo sobre ele. Considerando que eram 13 horas, acho que, quando criança, o CIDH me ensinou bastante sobre a arte do chá de cadeira. Até tinha uma televisão no meio do corredor, passou uns 2 filmes aí. Com o áudio que ficava travando e legendado em espanhol. Porém, já havia visto  (Divergente), então foi prazeroso o suficiente pra matar o tempo. Estava animado demais pra dormir quantias relevantes de tempo. o Victor, não. Hahaha.